quinta-feira, 29 de novembro de 2018

O QUE DEVE FAZER O SACERDOTE?

#dons sacerdotais
O sacerdote encontra-se entre o Deus eterno e a humanidade.

O que deve fazer então?
Deve levar aos homens a sabedoria do Deus amoroso, a verdade do Deus vivo.

O que deve fazer?
Deve levar aos homens a misericórdia de Deus, os mistérios do Deus vivo, da forma como estão contidos simbolicamente nos sacramentos.

E deve, por outro lado, levar os desejos, as necessidades, os pecados, as alegrias, os sofrimentos dos homens. Deve levar tudo isso ao Deus amoroso.

Homo Dei, homem de Deus: esse é o sacerdote.

Ligar e unir todas as coisas ao Deus vivo: essa é a sua grande missão, a grande tarefa de sua vida em todos os tempos, mas uma tarefa sumamente importante e difícil nos dias de hoje.


Josef Kentenich, 2009

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

PODEMOS SER SANTOS?

#santidade sacerdotal
Sim, podemos ser santos e devemos todos trabalhar para nos tornarmos santos.

Os santos foram mortais como nós.
Temos as mesmas ajudas, as mesmas graças, os mesmos sacramentos...

Poderemos ser santos,
porque o bom Deus jamais nos recusará sua graça para ajudar-nos a nos tornarmos santos.

Ele é o nosso Pai, nosso Salvador e nosso amigo.
Ele deseja ardentemente ver-nos libertados dos males da vida.
Ele quer cumular-nos de todo tipo de bens,
depois de dar-nos, já neste mundo, imensas consolações,
pregustações dos consolos do céu.


São João Maria Vianney

domingo, 25 de novembro de 2018

Papa se Reúne com Seminaristas na Sicília

#notícias do papa
Em conversa franca e aberta com os seminaristas de Agrigento, Sicília, o Papa Francisco falou sobre a importância do relacionamento do sacerdote com o bispo, de que "não se pode viver o sacerdócio sem uma missão", e alertou que "o clericalismo é a nossa pior perversão" e que "a fofoca, a tagarelice, é a peste do presbitério."

sábado, 24 de novembro de 2018

O Celibato pelo Reino

#meditação litúrgica

Sábado da XXXIII Semana do Tempo Comum - B

Chamados pelo Eterno
para serem o eterno no mundo
garantes da vida futura


Estamos nos aproximando do final do ano litúrgico. Percebemos que as leituras dão este ar de fim dos tempos, conclusão, acontecimentos mais prementes na vida de Jesus que se aproxima do fim de sua missão sobre a terra.

Neste sábado que antecede a Festa de Jesus Cristo, Rei do Universo, encerrando assim o ano litúrgico, vemos Jesus no Evangelho diante de um novo embate, agora com os saduceus. Estes que "dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito..." (At 23, 8) propõem a Jesus uma questão a respeito de um preceito de Moisés que se alguém tivesse um irmão e que, depois de casado, viesse a morrer sem deixar filhos, deveria se casar com a viúva para que a descendência dele fosse garantida. O problema é que, numa família de sete irmãos, todos vieram a ter que se casar com a mulher, a fim de cumprir o preceito. Agora, e "na ressurreição, ela será esposa de quem?", retrucam os saduceus (cf. Lc 20, 27-33).

Nosso interesse se volta aqui para a resposta de Jesus ao explicar aos saduceus sobre o que acontece.
Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, 
mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos 
e de participar da vida futura, 
nem eles se casam nem elas se dão em casamento 
(Lc 20, 34-35).

Podemos notar que Jesus é totalmente contrário à visão dos saduceus, que não acreditam na ressurreição; pelo contrário, Ele a afirma, pois Ele mesmo a experimentará. Por outro lado, Jesus cita uma "vida futura". Ou seja, fala de um tempo em que...
Já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, 
serão filhos de Deus, porque ressuscitaram 
(Lc 20, 36).

Isto nos leva a pensar sobre a pregação da Igreja no que se refere à vida eterna. Ao longo de sua história esta sempre foi sua maior preocupação, a salvação das almas, e não pode deixar de ser. Mas ao lado desta pregação estava também o tema da danação eterna, fazendo com que o fiel de certa forma contrabalançasse sua realidade presente com o desejo de uma "vida futura". Agora, porém, esta vida futura é pensada sem esse sentido, eterno, mas na simples imanência desse tempo. Tudo bem que, numa pregação ou catequese pode estar a se orientar para um sentido conforme desejado, mas o que se percebe é que sua relevância já não é mais a mesma. O ser humano já não pensa na vida eterna, já não mais a deseja como antes... As pessoas estão mais materialistas, imediatistas e pensar uma vida além dessa, só a partir de grande esforço reflexivo junto à uma espiritualidade devidamente amadurecida. A própria maneira de se pensar os valores desta vida mudaram, tudo passou a ser fruto do mero momento, por isso importa apenas o agora, o que se deseja. Já não se tem sentido ou muita importância aquilo que se avalia como valores perenes ou eternos, uma vez que o que apenas parece importar é o aqui e agora, o amanhã só a Deus pertence.

Fato é que a ideia de "eternidade" e "vida futura" passou a ter pouco espaço nas nossas reflexões. A humanidade caminha para uma expressão de vida cada vez mais secularista, onde a Igreja e a religião, principalmente as de cunho moral, já não ditam as regras de sua vida e cultura.

E aqui entramos na ideia propriamente dita sobre o Celibato dos Sacerdotes sem que nos desvencilhemos da realidade uma vez posta acima.

O presbítero é fruto de seu tempo. É alguém que também sente de perto todo este drama da humanidade e da Igreja. Sente com a Igreja tal fardo. Mas é "o homem do eterno". Como um bom teólogo, "administrador dos mistérios de Deus" (1Cor 4,1), precisa estar atento aos novos sinais e interpretá-los (cf. Lc 12,56). Mas sobretudo, já vai alertar São Paulo,
O que importa aos administradores 
é que cada um se mostre fiel
(1Cor 4,2)

A fidelidade é reclamada aqui como um elemento a ser resgatado. Fidelidade a que e a quem? Não parece difícil a resposta, mas o problema não está apenas na resposta, mas na prática mesmo.

Tratando do tema do celibato do sacerdote, tal é chamado a reconhecer sua missão na Igreja e no mundo a partir do dom de si. Trata-se de um dom que passa necessariamente pela doação de sua vida a partir da graça e disciplina do celibato. Ao pensarmos sobre este tema, paramos para refletir sobre a dimensão escatológica de tal missão, ou seja, o presbítero é chamado a guardar o celibato em previsão do Reino dos Céus.

São conhecidas as críticas em torno desta dimensão, muito mais em relação ao celibato em si, como disciplina da Igreja. Mas o que se espera daqueles que a ele aderem e desejam ser sacerdotes na Igreja latina é que o guardem com fidelidade.

E aqui está o maior sinal para este mundo conforme pudemos vislumbrar acima. Sentindo-se cada vez mais distante de Deus e da eternidade, o celibato pelo Reino nos insere neste contexto a pensarmos que a "eternidade" não está tão longe assim. O sentido escatológico do celibato nos propõe o experimento do eterno no imanente. Os sacerdotes abraçam por antecipação aquilo que Jesus dizia aos saduceus a respeito da vida futura
Os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos 
e de participar da vida futura, 
nem eles se casam nem elas se dão em casamento
(Lc 20, 35)

Com isso, passam os sacerdotes a ser um Sinal do Reino que com sua fidelidade ao chamado e à promessa passam a ser testemunhas deste mesmo Reino - o que valerá o mesmo para as virgens consagradas.

São muitos os que criticam tal dimensão do celibato pelo Reino. Mas o fazem porque, talvez, não acreditam no celibato em si. As críticas geralmente são ásperas e penetradas por falta de fé, ou seja, bastante permeada pelo sentimento atual - a falta de sentido do eterno.

O Sacerdote, por sua vez, é o homem do eterno, está a serviço do eterno. Aliás, quando Jesus ainda dizia aos saduceus que no futuro todos seriam "iguais aos anjos, serão filhos de Deus" (Lc 20, 36), tal ideia também se aproxima dos servos de Deus no mundo - os sacerdotes. Que não são anjos, mas que no ministério exercido estão inseridos na mesma dimensão serviçal do anjos: já são filhos de Deus, servos de seu Filho e Igreja, sacerdotes da Nova Aliança, chamados à fidelidade e a santidade para testemunharem o Eterno no mundo.